Post by kay on Jul 23, 2017 16:28:05 GMT
Sinopse
Brincadeiras, comidas, docinhos, bebidas (não-alcóolicas (ou sim)). Tudo estava nos conformes durante o aniversário de Juliana. Ela mesma havia antecipado detalhe por detalhe para que seus amigos pudessem desfrutar ao máximo de sua festa (e claro, para ganhar os melhores presentes). No entanto, um acontecimento fora do planejamento muda o rumo de toda esta trama.
Capítulo 1: É Hoje
Capítulo 2: A Recepcionista
Capítulo 3: Ajuda Bem-vinda
Alguém que eu nunca sequer havia visto estava parada à minha porta, enquanto desenrolava-se o meu aniversário O que está acontecendo? Se for mais uma dessas vendedoras, eu não vou me segurar...
— Pois não, posso lhe ajudar? — Decidi já me antecipar. — Olha moça, se estiver vendendo algum produto, eu recentemente estou passando por uma grave crise econômica em meu lar. Sabe quando a crise do governo começa a nos afetar, não é? Essa é a minha situação.
— Dá pra ver que está passando por necessidades com essa grande festa que está dando.
Eu sou uma péssima mentirosa, puta que pariu. Fico sem saber onde enfiar a cara, ela percebe o meu estado e começa a rir.
— Não se preocupe, pois não estou aqui para vender nada. — AMÉM.
— Ah, okay. Então... você é?
— Onde estão meus modos, me perdoe! Sou a terceira filha da dona Quelma, e irmã daqueles que supostamente seriam os seus garçons, e você até os amaldiçoou. — Pronto, a velha mandou a outra filha para dar na minha cara, agora tudo vai dar errado...
— Sobre isso, a sua mãe entendeu tudo errado, o que eu falei de verdade foi que...
— Não tem problema, cirjflskc — Ela começa a rir de novo, baita risada estranha que ela tem... — Eu vim aqui para lhe ajudar com a festa, até porque nos comprometemos à isso, não é?
— Sério? Ahhh que bom, estava pensando em chamar a Laura para me ajudar, mas ela iria ficar puta da vida em ter que servir os convidados.
— Laura?
— Uma pessoa aí, esquece. Então, irá me ajudar mesmo?
— Claro!
— Ótimo! Faça o favor de me seguir.
Levo ela pela casa até a porta da cozinha, e começo a explicar tudo que ela teria de fazer. Ela ouve atentamente, e faz até algumas sugestões sobre o que poderíamos fazer.
— Entendi tudo, melhor eu começar logo para não atrasarmos a festa! — diz ela.
— Muito obrigada mesmo, você me salvou hoje! Ah, acho que nem nos apresentamos formalmente. Eu sou a Juliana, muito prazer
— E eu sou a Miranda Lotto, mas pode me chamar só de Lotto. O prazer é todo meu!
— De novo, obrigada por vir. O Vitor deve estar aí dentro, ele derá outras orientações para você. Boa sorte em seu serviço!
Ela me parece alguém bastante simpática e confiável, acho que irá lidar bem com a situação, apesar de ser algo de última hora. Tudo está certo, que maravilha! Antes de voltar para a entrada, decidir dar uma olhada pelo salão.
— Ei Ju, chega aqui.
Danilo estava junto ao Rodrigo e ao Victor. Espera, quando foi que o Victor entrou mesmo???
— O que desejam, caros convidados!? — Rodrigo começa a rir sem sentido nenhum.
— Desculpe, é que eu não me aguentei. — Fala ele.
— *cough* — Danilo começa a falar. — Então, cara anfitriã, por que não coloca uma música para animar este ambiente?
— Ahh, eu esqueci, mil perdões.
— Pois é. — Rodrigo complementa. — Se eu fosse você me apressaria, porque eu vi o Luan indo em direção à sala principal. Talvez ele tenha tido a mesma ideia que a gente, e você sabe o que acontece depois — Puta que pariu, ele vai querer por essas músicas coreanas dele...
— Ei — Victor, que estava sendo ignorado entra na conversa. — Qualquer coisa, eu tenho uma playlist inteira de MC Kevinho no meu celular. Só preciso de um conector e...
— Você — Aponto para ele, interrompendo-o. — Fique longe da caixa de som. Eu vou ir lá colocar a música, e depois vou voltar para a entrada. Até.
Saio de lá e me dirijo para a sala principal. Estava quase vazia, com exceção de que o Luan estava lá. Eu sabia...
— Ah, Ju. — Ele nota a minha presença. — Eu só estava...
— Você, sai daqui.
— Mas não é o que está pensa-
— Sai. daqui.
— Aff
Ele sai bufando e vai de volta para o salão. Bem, o que posso colocar? Decido dar uma pegada eletrônica logo no início da festa.
🎵
I know you'll get stronger
When you get older, oh
Just don't shrug your shoulders
When you get older, oh
Things aren't easy
So just believe me now
If you don't keep it cool now
You'll never make a sound
All the lights will guide the way
If you get to hear me now
All the fears will fade away
If you get to hear me now
🎵
O clima realmente melhorou lá dentro! Minha vontade é de ficar aqui pra sempre aproveitando a música. Dou uma olhada para ver quem não havia cumprimentado (porque né, nessa brincadeira fiquei uns 17 minutos sem recepcionar ninguém). Encontrei Jonathan, Luiz, George e Dean juntos.
— Olá, obrigado por terem vindo, espero que aproveitem a festa.
— Obrigado, a festa está bem divertida por sinal. — disse Luiz.
— Ela estava falando comigo, seu lixo ambulante. — Jonathan começou a discutir com ele, tipo, do nada.
— Jonathan, não começa a tumultuar a festa, pelo amor de Deus. — Fala George, numa tentativa falha de acalmar os nervos dos outros 2.
— Cala a boca George, eu só quero ver a treta. — Dean interrompe-o.
Os 2 continuam trocando farpas, como "comedor de queijo inútil" e "paranaense fudido". Não estou com nenhuma paciência para ficar ouvindo essa conversa de novo, então saio dali. Me dirigindo para a entrada, acabo me deparando com Lucas. Ele parecia um pouco apreensivo, estranho.
— O-olá Ju. E-eu queria f-falar com você.
— Calma cristão, respira e fala.
— Só p-precisava te dar os p-parabéns e d-dizer q-que...
Nossa conversa é interrompida pelo som de toque do meu celular. Dou uma olhada na tela e vejo que é o Mário me telefonando.
— Um momentinho, Lucas.
— Ah, okay.
Atendo o celular.
— Oi Mário! Então, tudo certo!?
— Bem... temos um problema
Capítulo 4: Problemas
[Rafael]
Enquanto os outros estavam a conversar sobre coisas aleatórias, passei a refletir um pouco. A festa estava muito boa, não me levem a mal. Só que, sei lá, parecia não estar completa. E não era nem pela música ou pelos aperitivos (que por sinal, estavam maravilhosos). Na verdade, nem eu mesmo sei o que faltava. Às vezes o meu cérebro buga internamente. Bem, não só às vezes, mas vocês entenderam...
— Ei Rafa, pensando na morte da bezerra? — Marillia veio puxar assunto, provavelmente percebeu que eu estava entediado.
— Quase que isso...
— Não quer me contar?
— Sei lá, nem eu sei no que estou pensando.
— Mas tu é complicado cara...
— Ei, não me julgue, eu bati a cabeça quando criança.
— Se tivesse feito um transplante de coração, teria deixado menos sequelas do que bater a cabeça.
Ela deixa escapar leves risos. Solto apenas um "grr", e aviso que ia pegar mais alguns salgadinhos. Afinal, comida é o melhor estimulante que há.
Andava distraído em meus pensamentos. Talvez tudo isso seja apenas coisa da minha mente. Ou não... Bem, não faço a mínima ideia. Estava tão perdido que, de repente, apenas senti meu corpo se chocando com outro. Ecoa o som de nós dois caindo ao chão.
— Ai meu Deus, me perdoe, eu sou uma desastrada mesmo, você está bem? — Uma moça que nunca havia visto antes, estava estendendo a mão para me ajudar a levantar.
— Sim sim, estou bem, não se preocupe. — Paro para observar ao nosso redor. — Nossa, todos esses salgadinhos caíram por minha causa, me perdoe.
— Não não, tudo bem, eu mesma tratarei de limpar tudo senhor.
— Senhor nada, você deve ter a mesma idade que eu.
— Verdade. — Ela sorri levemente. — Como devo chamá-lo então? Você, tu...
— Que tal Rafael? É assim como sou conhecido nacionalmente.
— Prazer senh- erm digo, Rafael. Eu sou a Lotto.
— O prazer é todo meu.
Estendo a mão para cumprimentá-la, e ela retribui. Olhamos para o chão novamente e começamos a rir.
— Então, Lotto, não quer uma ajudinha aqui?
— Cairia bem uma mãozinha, então não vou recusar.
Começo a limpar o chão junto com Lotto, enquanto ficamos conversando sobre assuntos diversos.
[Juliana]
— COMO ASSIM SEU CARRO PAROU?
— Eu estava andando com ele normalmente, até que do nada ele parou. Até abri o capô para averiguar, e tinha muita fumaça saindo de lá. Sorte que não foi bem no meio da estrada...
— Porra... — Já estava ficando apreensiva, não só pelo bolo, mas por ele também. — E agora, o que você vai fazer?
— Não se preocupe, eu já chamei um amigo meu que trabalha como mecânico. Ele mora aqui pelas redondezas, então não deve demorar. Mas assim, não sei quanto tempo vai custar para o conserto do carro...
Provavelmente ele iria demorar um tempinho. E agora? Pensa Juliana, pensa...
— JÁ SEI!
— Quê??
— O Gustavo ainda não chegou, provavelmente está esperando a Laura se aprontar. Eu posso pedir para ele ir buscar você e o bolo antes de vir para cá.
— É uma boa, só que eu ainda estou de carro...
— Você não disse que ele é o seu amigo? Pode pedir para ele deixar o seu carro na casa dele, e amanhã você vai buscar.
— Ahhh... Bem, ainda irei pensar sobre isso. Mas pode ligar para o Gustavo sim. Irei desligar porque os créditos da Vivo estão acabando. Até...
—Okay, até.
Desligo o telefone.
— Então Ju, e-eu estava falando q-que
— Preciso de mais um momentinho Lucas, vou fazer outra ligação, ok?!
— Ah, tudo bem...
Disco para Gustavo, e ele atende.
— Ei Gustavo, você e a Laura já estão à caminho?
— Então... ainda estou esperando aqui de fora da casa dela sabe. Vocês mulheres se atrasam demais, e por nada...
— Vocês homens que são porcos e acham que um banho de 5 minutos resolve tudo. Mas deixa pra lá. Pode me fazer um favor?
— Diga, hoje estou fazendo cosplay de bom samaritano mesmo...
— Engraçadinho... bem, o Mário foi buscar o bolo da festa, só que o carro dele parou. Ele já chamou um mecânico que é amigo dele e talz, depois ele te explica melhor. A questão é: pode ir até lá buscá-lo? É porque esse conserto pode demorar mais que o previsto...
— Tudo bem, onde é que ele está?
— Ele mencionou está na Avenida dos Mascacos, se não me engano. Vou pedir para ele te passar tudo certinho por mensagem.
— Okay então. Assim que a Cinderela aqui se aprontar, iremos até lá.
— Muito obrigada mesmo, viu! Tchau.
— Não tem de quê.
Novamente desligo a ligação. Decido também mandar uma mensagem para Laura, senão essa daí nunca fica pronta.
se apronta logo, piranha
Pronto! Acho que tudo está bem de novo.
— Ah Lucas, já terminei tudo o que tinha que fazer. Você queria falar que...?
— Então Ju, eu esperei muito tempo para te contar isso. Eu.. e-eu...
— JU, FINALMENTE TE ACHEI. — Sillas se meteu entre a gente, que susto esse panaca me deu...
— Caralho, grita assim na tua casa filho.
— Desculpa, mas é uma urgência, preciso levar você até o salão.
— O que foi agora? Droga... — Me viro para Lucas. — Erm, acho que não é uma boa hora para conversamos agora, depois me conta tudo o que está tentando dizer, ok?!
— Tudo bem então...
— Até, Lucas.
Saio de lá guiada pelo Sillas. Por favor, já chega de problemas por hoje...
[Laura]
— PRONTO Gustavo, não precisa ficar buzinando. Que saco, eu tenho muito para me cuidar, sabe? — Gustavo ficou buzinando demais nesses últimos segundos, quase me deixou louca.
— Os planos mudaram, Laurinha. Põe o cinto, e eu vou te explicando durante o trajeto.
Ele me contou o problema ocorrido com o carro do Mário. Nossa, que azar, justo hoje no aniversário da Ju. Mas acho que tudo vai ficar bem. Pego meu celular para checar algumas coisas e passar o tempo. Tinha uma mensagem dela. Não creio que ela se atreveu a me chamar de piranha...
já estamos indo buscar o Mário
e me respeita, vaca
Gustavo olhou a mensagem que mandei para ela e começou a rir. Começamos a conversar sobre animes e outros assuntos randômicos. Íamos num percurso lento, já que o trânsito não ajudava muito. Quando olho para o lado, vejo três carros policiais, em alta velocidade, ultrapassando-nos e correndo pela estrada.
— Ué, você viu isso Gustavo?
— O quê?
— Esses carros da polícia passando muito rápido do nosso lado.
— Ah sim, eu vi. O que será que deve ter acontecido?
— Não faço a mínima ideia, mas com certeza vai estar nos jornais de amanhã.
Continuamos nosso trajeto, mas não paro de pensar naquilo. Estranho...
Capítulo 5: O Garçom do Acaso
[Vitor]
— Boa sorte! — Ju sai da cozinha e fecha a porta.
Pff. Não acredito que fui rebaixado a um mero funcionário deste lugar. Alguém do mesmo porte social que eu merecia no mínimo a posição de co-anfitrião. EU é quem deveria estar ao lado de Juliana organizando toda esta festa. Penso em sair de lá, mas relembro suas doces palavras me explicando o procedimento que está ao meu cargo. Acho melhor começá-lo logo.
— O que eu não faço por você, Juliana...
Segundo ela, tudo que eu tinha que fazer era deixar todos os pratos dispostos para então ir entregando aos convidados. Meu Deus, quanto trabalho...
— Só de pensar em fazer algo já sinto uma enorme preguiça, ugh.
Preciso de um tempo para preparar-me mentalmente. Os convidados só vão chegar depois de qualquer jeito, acho que não tem nenhum problema. Aproveito para checar as mensagens num grupo de whatsapp. O Victor e o Sillas estão tretando de novo e nem me chamam...
Sillas: Para as falcianes eu sei que nao só a jenia da matemática mas eu sei que a minha vida não é da sua conta e não ti dou umas tapas na sua cara porque não so asogueira para amasiar carne de vaca.# falcianes
Victor: Olha garoto n te conhesso e n quero conhesse eu sou feminista i essa foto de chuveiro ai e meio que assedio vc ta no banheiro entao e melhor para cm essa brincadeira vc pd sofre graves consequensia
Eu: n vo responder vcs pq eu n so pescador para lidar cm piranhas
De repente, ouço alguém batendo na porta. Droga, acho que perdi tempo demais no celular. Ponho o avental e começo rapidamente a separar alguns pratos, só para mostrar que fiz algo.
*knock knock*
— Tem alguém aí?
Uma voz que não era da Ju (e nem de ninguém que eu conheça) começou a me chamar. Ufa, que alívio. Vou até a porta e a abro. Era realmente uma moça que eu não conhecia.
— Boa noite, aqui nesta casa está a acontecer a festa da senhorita Juliana! Estás perdida, moça?
— É que eu vim ajudá-la aqui no serviço.
— Ahhhh ótimo, a cozinha é toda sua.
— Bem... Na verdade ela pediu para eu lhe ajudar.
— Pff — Achei que tinha me livrado, mas fazer o quê...
Oriento-a sobre tudo o que Ju havia me passado. Ela parecia ser bem simpática. Quem sabe ela faria todo o trabalho por mim!
— Então é isso, você já pode ir continuando o que eu comecei a fazer.
— Erm — Ela olha para os pratos e volta a me encarar. — Você por acaso fez tudo na pressa achando que era a Dona Juliana batendo na porta?
WTF. Como ela conseguiu perceber isso? Talvez ela estivesse me olhando pela brecha da porta anteriormente. Mas espera, essa porta não tem brecha...
— Ehh, claro que não senhorita. Eu acho que acabei me embolando um pouco mesmo.
— Claro, rs. Então vamos nós dois organizar os pratos agora mesmo. — Ela fez questão de enfatizar o "nós dois".
— Claro, claro...
Nenhum dos meus planos de livrar-me do serviço está funcionando... Bem, vou tentar realmente fazer algo desta vez. Decido até colocar uma música para me concentrar melhor.
🎵
We're no strangers to love
You know the rules and so do I
A full commitments what I'm thinking of
You wouldn't get this from any other guy
I just wanna tell you how I'm feeling
Gotta make you understand
🎵
— Vitor, acho que você já pode ir servindo os clientes.
— Porque você não faz isso??
— Às vezes eu sou desastrada e deixo qualquer coisa cair, é melhor você fazer isso.
— Mas eu não quero.
— Vamos na sorte, então?
— Jokenpo? Tô dentro.
Começamos a jogar um melhor de 3 em Jokenpo. Já que ela provavelmente começaria com pedra, decido ir de papel. A tesoura dela me vence.
— Ok.
Eu ir de pedra agora iria ser muito óbvio, e ela me venceria com papel. Então vou de tesoura. A pedra dela tira minhas expectativas.
— Ok...
Vou de tesoura de novo. Ela mais uma vez me derruba com sua pedra. Percebo, no entanto, que ela observou os movimentos da minha mão antes mesmo de minha jogada. Será que é algum tipo de reflexo?
— O que você fez?? Não é possível alguém ser tão sortudo assim...
— Vamos dizer que eu tenho uma boa percepção, rs. Agora você tem de ir servir os convidados, campeão.
Ódio. Minha sorte hoje está mais sumida que ex-BBB na mídia. Me dirijo até o salão para começar isto logo. Sirvo logo a primeira mesa que vejo.
— Ué, por que você está de garçom Vitor? — Jonathan me pergunta.
— Porque eu sou um ótimo parceiro da Juliana e fui nomeado pela mesma para atuar neste trabalhoso serviço.
— Tá, mas você? — Renan retruca.
— Não me leve a mal, mas apenas pessoas de confiança como eu poderiam exercer este cargo, segundo a própria Juliana. Agora tenho que atender outras mesas. Tenham uma boa festa! — Abro um sorriso falso.
Vou até a outra mesa.
— Uau Vitor, esse avental caiu bem em você! — diz Léo.
— Uma mão cairia bem na sua cara também, mas eu sou de Deus. E oi, Matheus!
— Oie Vitor!
— Espero que consiga aproveitar a festa do lado deste aqui. — aponto para Léo. — Tenho que ir agora.
Dirigindo-me para a outra mesa, acabo me deparando com o outro Vitor.
— Ora ora, parece que encontraste o seu devido lugar, Vitor. — diz ele.
— Nem pra isso você serve né, Vitor. — Eu respondo.
— O que foi que disse?
— Que você é um traste inútil e não serve nem para me dar um suporte decente no LoL?
— Por favor né, não me culpe se você é um jogador inútil e com táticas que nunca funcionam.
— Eu, ruim?? Você que é um lixo.
— Se eu sou lixo, você é o chorume.
— Eu sou o chorume, você o pirralho sem costume.
— Eu o pirralho, você caindo de elo pra caralho.
— Eu caindo, você usando Ambipom.
[...]
— O que está acontecendo aqui? — Ju chega e nos interrompe, acho que passamos um bom tempo trocando farpas.
— Esse idiota veio tentar me diminuir, só estava devolvendo o que ele merecia. — digo.
— Eu comecei? VOCÊ que veio me xingar, eu só fiz uma brincadeira.
— Agora quer bancar a Ana Maria Braga evangélica, me poupe seu-
— Já deu. — Ju nos interrompe. — Vitor, volte para o seu lugar.
Nós dois saímos dali.
— PERA, você não Vitor, volte aqui.
Nós dois voltamos.
— Uhh.
— Uhh?
— Uhh!
Ju me puxa dali e me leva para o canto.
— Então, seja mais atencioso com todos daqui para evitar que isto ocorra de novo. — Fala ela.
— Não vai acontecer, pois eu estou me demitindo.
— Você não está não, palhaço. Eu preciso de você!
— E o que eu ganho com isso?
Ela vem até mim e toca seus lábios em meu rosto.
— Minha admiração.
Fiquei paralisado por 0.5 segundos. Ela percebe e solta um leve riso. Que droga, porque isto acontece comigo...
— Agora volte a fazer seu serviço.
Abrindo um sorriso, ela sai e me deixa sozinho ali.
— AAAAAAAA!!!!
Capítulo 6: Desconfianças
[Marillia]
— Vocês sabem o que está acontecendo na entrada do salão? — Danilo chega à nossa mesa já cheio de perguntas.
— Também não sei. — diz Shino.
— O Vitor e o outro Vitor estão a discutir, como sempre. Não souberam? — Eu respondo, desta vez.
— Ah, faz sentido.
Os dois continuaram conversando sobre algo que não conheço. Eu estava com fome demais para me enturmar. Decido então ir até a cozinha pegar alguma coisa, já que pelo jeito o garçom não saiu de lá ainda.
— Já volto.
— Vai aonde, Marillia? — Danilo pergunta.
— Para a Igreja.
Saio de lá e me dirijo para o meu destino. As pessoas passam por mim e ficam querendo me cumprimentar, ou contar algo que não me interessa em nada, tudo que quero agora é um salgadinho...
— Marillia, vem aqui. — Uma voz no meio daquele alvoroço me chama.
— Não posso, estou com lúpus, me chame depois. — Grito de volta.
Depois de finalmente escapar dali, consigo chegar até a porta da cozinha. Ia abrindo-a, mas ouço uma voz lá dentro. Ah, talvez seja aquela garota que veio ajudar aqui na festa. Ela não vai se importar de eu entrar, não é?
— Já te falei que ninguém está desconfiando de nada, seu tapado...
Wtf, com quem ela estava conversando?
— Eu estou ajudando aqui na festa, então com certeza vou ao menos cruzar com todos os convidados daqui.
Olho pela brecha da porta. Ela parecia estar ao telefone.
— Ninguém daqui me conhece, inclusive aquela pessoa. Pare de se preocupar à toa e deixe comigo.
Essa conversa está estranha até demais. Espera, será que...
— Uh, é melhor eu desligar agora...
Ela começa a vir na direção da porta. Corro imediatamente dali para não ser vista...
(No salão)
Acho que ela não me viu, ufa! Bem, isso não me deixa menos apreensiva. As palavras dela não saem da minha cabeça...
"Ninguém desconfia de nada, inclusive aquela pessoa"
O que será que ela quis dizer com isso? Esta história está muito confusa...
— Ué, não voltou com seus salgadinhos Marillia? — Shino pergunta.
— Perdi a fome...
[Juliana]
Mário, Mário... Será que você vai demorar tanto assim? Tomara que esteja tudo bem com ele. Eh, digo, ao bolo também, claro. Meu celular começa a vibrar em meu bolso. É o Gustavo quem está me ligando.
— Alô?
— Juliana? Precisamos falar com você! — Era a Laura quem estava ao telefone.
— Já buscaram o Mário? Ótimo, estamos todos esperando aqui!
— Então...
— Então...?
— O trânsito piorou numa escala de 420%. Pra você ter uma ideia, estamos a 10 minutos sem sair do lugar.
— 9 minutos e 34 segundos, para ser exato. — Ouço a voz de Gustavo ao fundo.
— Cala a boca. Então, Ju, vamos nos atrasar mais do que o esperado.
— Trânsito a esta hora da noite?
— Não me pergunte como.
— Droga... Já avisaram o Mário? Ele deve estar esperando por vocês.
— Eu tentei antes mas estava fora de área. Você pode tentar de novo? Nós já estamos quase sem crédito aqui. Crise, sabe...
— Tudo bem, mas me mantenham informada por SMS. Até.
— Até.
Telefono logo para o Mário. Ligação fora de área. Ele vive deixando esse celular desligado, que idiota. Mando uma mensagem para ele me retornar assim que puder. Resolvo ir até a cozinha para ver como estavam trabalhando. Quando ia empurrando a porta, ela se abre sozinha.
— Caralho, Jesus e Maria estão comigo, aleluia, aleluia, santo és~
— Hã? — Lotto estava na minha frente com uma cara confusa.
— AH, é você. Eu tomei um susto com a porta se abrindo sozinha, esqueça o que aconteceu aqui.
— Você já estava aqui antes?
— Não, acabei de chegar. Por quê?
— Hum, nada...
Ela parecia um pouco preocupada.
— Está tudo bem? — Pergunto.
— Sim, sim! Já que tudo já está pronto por aqui, estava pensando em ajudar o Vitor a servir. Só que não conheço ninguém aqui, além de vocês dois e o Rafael.
— Não precisa ficar nervosa, todos aqui são bem simpáticos. Bem, alguns são tóxicos às vezes, mas a gente releva.
— Tudo bem, melhor eu começar! — Ela olha em volta e depois para mim. — Este é o seu toque de celular?
— Ah, nem ouvi. Com licença.
Era o Mário. Ainda bem.
— Jesus, Mário, não deixe esse celular desligado.
— É para preservar a bateria, já te contei..
— Enfim, o Gustavo e a Laura estão num engarrafamento agora, e vão demorar um pouco.
— A essa hora noite?
— Pois é, muito estranho mesmo. E como estão as coisas por aí?
— O meu amigo está aqui tentando encontrar o problema no meu carro.
— Ah, que bom.
— Ei Ju, desculpe por atrasar as coisas para você. Eu sou um idiota mesmo.
— Não fale isso. Eu que fui tansa e não fui buscar o bolo antes.
— Mesmo assim, hoje é o seu dia, e eu queria... — Ele fica em silêncio.
— Mário? Mário? Alô?
Ligação encerrada. O que será que aconteceu?
[Mário]
A bateria do meu celular descarrega logo quando eu falava com ela, porra.
— Wolf, pode me emprestar seu celular para eu mandar uma mensagem?
— Claro, toma aqui.
Wolf era sempre um amigo para todas as horas. Ainda bem que ele morava aqui perto, senão nunca iria sair daqui. Enfim, mando uma mensagem para Ju dizendo que está tudo bem e contando o que aconteceu com meu celular.
— Tome aqui, valeu. — Devolvo o celular para ele. — E aí, conseguiu achar o problema no carro?
— Ainda não, parece tudo normal. Que estranho.
— Isto vem acontecer logo hoje, que porra...
— Mário, por acaso é o aniversário daquela lá que você...
— Não precisa terminar a frase. E sim, é dela.
— Isso aí, é assim que se joga meu parceiro.
— Quê?
— Você sabe bem o que eu estou falando.
Eu ia falar alguma coisa, mas sou interrompido pela sirene da polícia. O carro para no encostamento, bem atrás do meu. Saem de lá dois policiais que vem em nossa direção.
— Uh, podemos ajudar vocês? — Pergunto.
— Boa noite senhor, precisamos falar com você. Podemos averiguar seu carro e documentos, por favor?
Capítulo 7: O Prateado
[Mario]
— Podemos checar seus documentos e seu carro, senhor? — O mais alto começa a me pressionar.
— Por acaso pareço suspeito ou algo do tipo? — Pergunto.
— Senhor, apenas colabore. Se não for quem estamos procurando, então tudo estará bem. — O outro argumenta.
— Ok... Wolf, pode vir aqui?
— Wolf? — O alto pergunta de novo.
— Atendo por esse nome nessas bandas, senhor policial. — Wolf sai debaixo do carro e vem até nós.
— Ora ora, se não é o antigo Wolf. Não está me reconhecendo?
— Pera... André?
— Você tem mesmo uma péssima memória, meu amigo.
Os dois trocam um aperto de mão e depois um abraço. Wolf continua com a conversa.
— Não sabia que havia sido transferido para cá.
— Não faz muito tempo, ainda estou me acostumando por essas bandas. Mas e então, como vai com as gajas?
— Ah meu companheiro, estou de encontro marcado com uma amanhã. Olha aqui a foto dela. — Ele tira o celular do bolso.
Assim, reencontros são legais e tal, mas pelo que estou vendo essa conversa não vai acabar tão cedo. É melhor eu a interromper, ou nunca saíremos daqui...
— Uh uh.
— Saúde. — O outro policial fala.
— Eu não estou doente. Assim, podemos resolver esta situação logo e então vocês voltam para a confraternização do reencontro?
— Conhece ele, Wolf? — André pergunta.
— É um amigo meu. Não se preocupem, pois ele é de confiança. Só um pouco trouxa.
— Ei!
— Bem, por que estão parados aqui no meio do nada?
— Meu carro parou do nada, e chamei o Wolf para ver se me ajudava.
— E até agora não achei nada. — Wolf complementa.
— Hmm... Pedro, venha aqui. — Ele chama o outro. — Você tinha um tio mecânico também, certo?
— Sim. Devo lembrar de alguma coisa que ele me ensinou.
— Ótimo, tente ajudá-lo, enquanto eu converso com este cidadão.
Eu tenho um nome, viu. Nós deixamos os dois sozinhos com o carro e nos afastamos para conversar. André começa.
— Então, você parece uma boa pessoa, portanto não pedirei para checar seus documentos ou vasculhar seu carro. Nem lhe darei uma multa por estar parado na frente de um hidrante.
Eu nem tinha visto aquele hidrante.
— Valeu. Mas... por que essa vistoria era necessária?
— Eu até poderia lhe falar, mas tipo, não é algo para você sair postando, sei lá, em seu Twitter.
— Mas eu só uso Tumblr.
— Ah sim, então eu posso lhe falar. Acontece que nós um criminoso de outra cidade fugiu e veio para essa região. Ninguém sabe muito bem porque ele viria para cá, até porque só fomos descobrir o seu paradeiro hoje. Pelos dados que recebi, ele ficou instalado por alguns dias em uma casa alugada. Fomos até lá, mas... ele fugiu.
— Como?
— Quando fomos invadir sua casa, já não havia mais ninguém lá, muito menos alguma pista. O dono do imóvel também não soube dizer nada sobre o ocorrido. Esse criminoso é membro de uma organização, então algum infiltrado deve tê-lo avisado. Nós conseguimos rastreá-lo até certo ponto. As últimas imagens que temos é dele vindo nesta direção em uma Hilux prateada.
— Nossa, ele tem o mesmo carro que o meu.
— Sim, por isso suspeitamos de você no princípio.
— Nossa, isto até parece história de cinema.
Wolf interrompe-nos. Desde quando ele está aqui?
— Não estava indo consertar o meu carro?
— O rapaz aqui me mostrou onde estava o problema e eu já consertei. Você tem um garoto de ouro, André.
— E eu sei bem, apesar de ser novato ele está crescendo bem profissionalmente. Muito bem, Pedro! — André dá pequenos tapas no ombro de Pedro, que fica totalmente vermelho.
— O-obrigado.
— Então eu já posso ir? — Pergunto.
— Tudo indica que sim, a menos que o meu amigo tenha mais questionamentos. — diz Wolf.
— Estás liberado, cidadão. Lembre de não criar um alvoroço por conta disso. Se você por acaso encontrar um suspeito, por favor contate-nos imediatamente. — André me avisa antes de eu ir.
— Certo, estou indo então.
— Mande lembranças minhas para Juliana. — fala Wolf.
— Irei até.
Despeço-me de todos eles e me dirijo para meu carro. Pego as chaves e a tensão aumenta.
— Por favor funcione carro, nunca te pedi nada.
Primeira tentativa... funcionou! Agora estou de volta às estradas. Sintonizo na rádio, que está tocando uma música qualquer.
🎵
Baby, this is what you came for
Lightning strikes every time she moves
And everybody's watching her
But she's looking at you, oh, oh
🎵
Ju... já já eu estou chegando.
[?]
— Estão prontos? — pergunto.
— Estou nervoso, podemos esperar mais alguns minutos?
— Deixe de ser frouxa, idiota.
— Você é mesmo tão medroso quanto o Luan perto de uma barata.
— Até porque vocês dois são bem corajosos né, vou ter que lembrá-los quando..
— CALEM A BOCA.
Falo já irritado, os três chegam a tremer. Olho em direção a casa de Juliana.
— Vamos, não podemos perder tempo.
Capítulo 8: Invasão?
[Fábio]
— Vamos, não podemos perder tempo.
— Como vamos chegar lá, Fábio? — um dos idiotas pergunta.
— O que eu falei sobre mencionar nomes? Estamos em uma invasão super-secreta.
— Mas é que seu nome já apareceu na aba de narradores.
— Ah, verdade. Então dane-se. Douglas, conte para o Felipe qual é o plano.
— Erm... então né, o plano era para... nós íamos...
— Você é um incompetente mesmo. Vitor?
— Nem me pergunte, ninguém nem sabe qual Vitor eu sou.
...
— Caralho, vocês conseguem ser mais inúteis que anúncio de 99 POP no youtube.
— O que é isso? — Felipe pergunta.
— Não importa. O plano é o seguinte: Vamos subir o muro usando uma escada, entrar pela porta dos fundos da casa e ir até o salão. Depois, é só começar a interagir com os outros, e mesmo que a Juliana perceba a nossa presença, ela não irá poder nos expulsar, afinal seria um péssimo constragimento para a anfitriã da festa. Perfeito, não é?
— Tem muitas chances de dar errado, você sabe né? — diz Felipe.
— Vocês querem comida grátis ou não?
Os três se entreolham e concordam com o plano. Vitor questiona, no entanto, de onde iríamos tirar uma escada para pular o muro. Aponto para trás deles, onde estava lá uma enconstada em uma cereijeira. Os três começam a questionar como aquela escada foi parar ali.
— Sem ela lá a história não se desenrolaria, seus patetas.
— Ah tá. — dizem, quase em coro.
Os três carregam a escada até o muro, deixando-a encostada nele.
— Quem vai subir primeiro? — Douglas pergunta.
Começa então uma discussão para ver quem ia primeiro. Eles usavam argumentos como “Eu tenho mais inscritos no youtube” ou “Eu fui banido da PT mais vezes”. Enquanto os idiotas ficavam nisso, subi a escada e fiquei em pé no topo do muro de braços cruzados, esperando que eles notassem a minha presença.
— Ei, estávamos decidindo quem ia subir primeiro! — esbraveja Felipe.
— Não tenho tempo para suas idiotices. Vocês são tão tansos que nem perceberam enquanto eu subia as escadas.
— Mas é porque sua presença é facilmente ignorada, Fábio. — diz Douglas, fazendo os outros rirem.
Reviro os olhos e mando que subam logo. Pulamos para dentro da residência e nos dirigimos para os fundos da casa. Os três iam conversando atrás.
— A festa ainda não começou? Que silêncio.
— A casa é grande, então o som fica abafado, tolinho.
— Mas eu acho que....
— Shh... — falo pra eles.
— Sheeran. — Vitor fala.
— Cala a boca, acho que tem alguém aí.
Ouvimos um barulho das folhas se mexendo. Droga, se formos pegos estamos perdidos. Horas de plano jogadas por rio abaixo. Ou mar, água, sei lá...
— É só um ratinho, olha lá. — diz Douglas, apontando para o chão.
— QUÊ?! ONDE?!
Involuntariamente, acabo correndo para os braços de Felipe. Quando me dou por conta, estou no seu colo, e os três estão me olhando com uma cara estranha. Logo me recomponho.
— Erm erm... Vamos continuar.
Entramos em uma portinha nos fundos da casa. Adentramos o que parecia ser a cozinha da casa. A decoração era bem antiga e tudo parecia mofado.
— Caralho, não sabia que a Juliana era tão porca assim.
— Erm.. gente...
— Agora não Douglas, temos que achar o salão.
— Mas é que acho que cometemos um erro.
— Muitas pessoas cometem erros, olhe para o Trump nos Estados Unidos, o Temer no Brasil, a Ana Maria Braga substituindo a TV Globinho. — diz Vitor.
— Mas não é a Fa-
— GENTE. — Douglas diz. — É que... o número da casa da Juliana é 91, mas... acho que eu trouxe a gente na casa de número 97.
— CARALHO, VOCÊ É UM COMPLETO IDIOTA. COMO FOI PERCEBER ISSO SÓ AGORA? — Falo já irritado com toda essa situação.
— Eu dei uma olhada de novo no endereço e.... Desculpa, eu nunca fui bom em álgebra mesmo...
Meu sangue subiu nesse momento. Juro que não me responsabilizaria judicialmente por nenhuma morte cometida. Eu o enterraria no próprio quintal de sua casa, então considerariam isso como suicídio. Antes que eu pudesse lhe dar um soco, a porta atrás de nós se abre. Uma pequena velhinha, com seu casaco rosa e seus óculos de grau, com um guarda-chuva na mão, estava espantada olhando para nós.
— LADRÕES!! ASSASSINOS!! ESTUPRADORES!! BOLSOMINIONS!!
— Senhora, não é o que parece, entenda que...
Falo e tento me aproximar dela, mas a “indefesa” senhora acerta seu guarda-chuva em minhas partes íntimas. Caio no chão e fico agonizando lá. Ela parte pra cima dos outros, acertando na cara, no estômago e lugares em que não é apropriado mencionar-se.
— CORRE!
Pego um molho de chaves que estava na bancada e aponto para a porta. Saímos de lá com a mesma rapidez que uma garotinha em busca de uma barbie no mercado. Corremos atrás de qualquer saída antes que aquela mulher enfie o guarda-chuva em um lugar não-tão agradável assim. Depois de segundos que se estenderam como uma perseguição de Outlast, achamos o portão da entrada.
— SAIAM DA FRENTE! Não quero ter que lidar com aquela vovó de novo.
Procuro a chave certa para abrir o portão. De repente, um som parecido com um rugido de leão ecoa.
— Desculpa, é que essa corrida toda me deixou com fome. — fala Douglas.
Continuo procurando a chave certa até que esse som vem de novo.
— Caralho Douglas, segura esse estômago.
— Mas dessa vez não fui eu.
— Imagina, foi o meu que...
E de novo. E evolui para latidos. Quando olhamos para trás, vemos um belo pitbull nos encarando com um olhar nada amigável, mostrando os dentes e rosnando em nossa direção, até que ele dá o primeiro pulo.
— Fodeu...
PS: Capítulos novos quando o autor não estiver ocupado/ouvindo músicas melancólicas.
PS²: Se eu abandonar isto de novo, podem aplicar hidrogel em mim.
PS³: Se flopar, essa história nunca existiu.
Capítulo 1: É Hoje
6:00 AM.
Acordo com o toque infernal de meu despertador. Pequenos raios solares já ultrapassam a janelinha de meu quarto, até que penetram em minhas retinas. Um cansaço enorme predomina em meu corpo, a única coisa que faço é desligar aquela mini sirene maldita, até enfim, permanecer deitada.
— Ugh, hoje é sábado. Por que demônios estou acordando às seis horas da manhã? — Reclamo comigo mesma. — Estava tão bom enquanto jogava no meu 3DS e banhava-me naquela piscina de chocolate, por que os sonhos têm de acabar...
Estendo a mão até a mesinha próxima à minha cama. Pego meu celular e checo as mensagens. Bem, nada de novo, só imagens de bom dia, correntes aleatórias e mensagens do grupo "queijo x pinhão", no qual me adicionaram randomicamente (e sem minha permissão).
— Qual é o propósito disto, afinal?
Ia guardando meu celular de volta para voltar a dormir, até que recebo uma nova mensagem. Era do Ângelo:
Oie Ju, hj à noite tem o CbLoL e não posso perdê-lo, mas não se preocupe pois dps mando algo para vc. Ah, e aproveite a sua festa XD
Festa...
Festa? Será que esse Ângelo não está louco? Procuro o número de meu antigo psiquiatra para enviar a ele (não me pergunte porque precisei de um), até que me deparo com a data no canto superior da tela. Espera, como eu pude esquecer...
— É HOJE!!
~~~~~~~
Começo a parte mais chata, que é organizar a casa para a festa. Para não ficar tão entediante, telefono a Laura para que venha me ajudar com a limpeza. Ela logo vem e damos início à faxina.
— Ei Ju, coloca alguma música para animar este lugar! — diz ela
— Hm pode deixar, pois a DJ está na área!
Após pequenos segundos de vergonha alheia, conecto meu celular na caixa de som e escolho minha playlist favorita. A primeira música começa a reproduzir.
🎵
Hoje, é hoje, é hoje, é hoje!
Hoje eu tenho uma proposta
A gente se embola
E perde a linha a noite toda
Hoje eu sei que você gosta
Então vem cá, encosta
Que assim você me deixa louca
🎵
Laura resistiu de início, mas logo foi levada pelo ritmo da música. Ao som de Ludmila, nós duas já dançávamos como se estivéssemos na maior vibe. Acho que ela se empolgou até demais, pois acabou quebrando um jarro (caríssimo por sinal...), que se espatifou completamente pelo chão. Talvez este seja um bom momento para voltar com a limpeza...
Depois de horas para tirar toda a sujeira daqui (e não era pouca, encontrei um rato morto atrás de uma das estantes, talvez seja uma boa hora para me mudar), finalmente terminamos. Laura vai para a sua casa preparar-se para a noite. Enquanto a mim, me dirijo para o banheiro. Seriam precisas horas para tirar toda a sujeira impregnada no meu corpinho, mas nada que um Monange não resolva. E claro, não podia faltar Loreal Paris para meus sedosos cabelos. Termino meu banho em apenas uma hora. Logo em seguida, gasto míseros 90 minutos com cremes, penteados e etc.
Faltando apenas 1 hora para a festa, toda a comida encomendada é entregue. Levo-a para a cozinha e começo a organizar o salão.
— Mesas e cadeiras, ok... Ventilação e iluminação, ok... Doces e salgadinhos estrategicamente posicionados para não serem roubados, ok...
Tudo parecia estar nos conformes. Espera! Esqueci de ir buscar a droga do bolo. E agora não tem como ir até lá e voltar a tempo... Bem, talvez alguém possa ir lá por mim. Telefono para alguém que tenho certeza que ajudaria.
— Mário?
— Ju? Ah, por acaso eu estou atrasado para o seu aniversário? Desculpe, é que...
— Não não, você não está kkkkjk.
— Ah tá, o que houve?
— É que eu esqueci de ir buscar o bolo, você poderia passar lá por mim antes de vir aqui?
— Claro que sim! Onde é que devo ir?
— O nome é Confeiteiras Fascistas, te passo o endereço completo por mensagem. Muito obrigada!
Ótimo! Agora só faltava confirmar a chegada dos garçons. Telefono também para eles.
— [...]
— Alô, quem tá falando?
— [...]
— Ah, dona Quelma, eu gostaria de falar com os seus filhos. É que eles serão os garçons de minha festa hoje.
— [...]
— Como assim os dois estão com catapora???
— [...]
— Não acredito... Do nada? E agora, o que irei fazer?
— [...]
— Pois que os dois piorem e sejam internados em estado vegetativo no pior SUS do estado!
Desligo na cara dela. Estas coisas só acontecem comigo, puta que pariu... Pego meu telefone de novo e rolo a barra de contatos. Não queria fazer isso, mas é a única saída que vejo...
— Alô, Vitor?
— Olá Juliana, que surpresa agradável! Não se preocupe, que em 32 minutos estarei aí.
— Então, eu precisava falar com você. Será que não podia vir um pouco antes? — Mudo o tom da minha voz. — É que preciso falar com você...
— Na hora!
Oito minutos depois a campainha toca. Ué, ele não viria tão rápido. Ou sim...
— E então, podes falar, estou escutando tudo o que di... — Tenta falar ele, mas logo interrompo-o.
— Ah, que bom que veio rápido! Venha aqui! — O levo até a cozinha — Tome este avental para não se sujar, e organize os pratos, pois você será o garçom desta festa. Uma honra, não acha??
— Mas eu não...
— Muito obrigada mesmo por aceitar! Agora vou me dirigir para a entrada, os convidados já já irão chegar. Boa sorte!
Ok, tudo certo! Faltando 15 minutos para a festa começar, fico na entrada esperando meus amigos chegarem. Esta será uma longa noite...
Acordo com o toque infernal de meu despertador. Pequenos raios solares já ultrapassam a janelinha de meu quarto, até que penetram em minhas retinas. Um cansaço enorme predomina em meu corpo, a única coisa que faço é desligar aquela mini sirene maldita, até enfim, permanecer deitada.
— Ugh, hoje é sábado. Por que demônios estou acordando às seis horas da manhã? — Reclamo comigo mesma. — Estava tão bom enquanto jogava no meu 3DS e banhava-me naquela piscina de chocolate, por que os sonhos têm de acabar...
Estendo a mão até a mesinha próxima à minha cama. Pego meu celular e checo as mensagens. Bem, nada de novo, só imagens de bom dia, correntes aleatórias e mensagens do grupo "queijo x pinhão", no qual me adicionaram randomicamente (e sem minha permissão).
— Qual é o propósito disto, afinal?
Ia guardando meu celular de volta para voltar a dormir, até que recebo uma nova mensagem. Era do Ângelo:
Oie Ju, hj à noite tem o CbLoL e não posso perdê-lo, mas não se preocupe pois dps mando algo para vc. Ah, e aproveite a sua festa XD
Festa...
Festa? Será que esse Ângelo não está louco? Procuro o número de meu antigo psiquiatra para enviar a ele (não me pergunte porque precisei de um), até que me deparo com a data no canto superior da tela. Espera, como eu pude esquecer...
— É HOJE!!
~~~~~~~
Começo a parte mais chata, que é organizar a casa para a festa. Para não ficar tão entediante, telefono a Laura para que venha me ajudar com a limpeza. Ela logo vem e damos início à faxina.
— Ei Ju, coloca alguma música para animar este lugar! — diz ela
— Hm pode deixar, pois a DJ está na área!
Após pequenos segundos de vergonha alheia, conecto meu celular na caixa de som e escolho minha playlist favorita. A primeira música começa a reproduzir.
🎵
Hoje, é hoje, é hoje, é hoje!
Hoje eu tenho uma proposta
A gente se embola
E perde a linha a noite toda
Hoje eu sei que você gosta
Então vem cá, encosta
Que assim você me deixa louca
🎵
Laura resistiu de início, mas logo foi levada pelo ritmo da música. Ao som de Ludmila, nós duas já dançávamos como se estivéssemos na maior vibe. Acho que ela se empolgou até demais, pois acabou quebrando um jarro (caríssimo por sinal...), que se espatifou completamente pelo chão. Talvez este seja um bom momento para voltar com a limpeza...
Depois de horas para tirar toda a sujeira daqui (e não era pouca, encontrei um rato morto atrás de uma das estantes, talvez seja uma boa hora para me mudar), finalmente terminamos. Laura vai para a sua casa preparar-se para a noite. Enquanto a mim, me dirijo para o banheiro. Seriam precisas horas para tirar toda a sujeira impregnada no meu corpinho, mas nada que um Monange não resolva. E claro, não podia faltar Loreal Paris para meus sedosos cabelos. Termino meu banho em apenas uma hora. Logo em seguida, gasto míseros 90 minutos com cremes, penteados e etc.
Faltando apenas 1 hora para a festa, toda a comida encomendada é entregue. Levo-a para a cozinha e começo a organizar o salão.
— Mesas e cadeiras, ok... Ventilação e iluminação, ok... Doces e salgadinhos estrategicamente posicionados para não serem roubados, ok...
Tudo parecia estar nos conformes. Espera! Esqueci de ir buscar a droga do bolo. E agora não tem como ir até lá e voltar a tempo... Bem, talvez alguém possa ir lá por mim. Telefono para alguém que tenho certeza que ajudaria.
— Mário?
— Ju? Ah, por acaso eu estou atrasado para o seu aniversário? Desculpe, é que...
— Não não, você não está kkkkjk.
— Ah tá, o que houve?
— É que eu esqueci de ir buscar o bolo, você poderia passar lá por mim antes de vir aqui?
— Claro que sim! Onde é que devo ir?
— O nome é Confeiteiras Fascistas, te passo o endereço completo por mensagem. Muito obrigada!
Ótimo! Agora só faltava confirmar a chegada dos garçons. Telefono também para eles.
— [...]
— Alô, quem tá falando?
— [...]
— Ah, dona Quelma, eu gostaria de falar com os seus filhos. É que eles serão os garçons de minha festa hoje.
— [...]
— Como assim os dois estão com catapora???
— [...]
— Não acredito... Do nada? E agora, o que irei fazer?
— [...]
— Pois que os dois piorem e sejam internados em estado vegetativo no pior SUS do estado!
Desligo na cara dela. Estas coisas só acontecem comigo, puta que pariu... Pego meu telefone de novo e rolo a barra de contatos. Não queria fazer isso, mas é a única saída que vejo...
— Alô, Vitor?
— Olá Juliana, que surpresa agradável! Não se preocupe, que em 32 minutos estarei aí.
— Então, eu precisava falar com você. Será que não podia vir um pouco antes? — Mudo o tom da minha voz. — É que preciso falar com você...
— Na hora!
Oito minutos depois a campainha toca. Ué, ele não viria tão rápido. Ou sim...
— E então, podes falar, estou escutando tudo o que di... — Tenta falar ele, mas logo interrompo-o.
— Ah, que bom que veio rápido! Venha aqui! — O levo até a cozinha — Tome este avental para não se sujar, e organize os pratos, pois você será o garçom desta festa. Uma honra, não acha??
— Mas eu não...
— Muito obrigada mesmo por aceitar! Agora vou me dirigir para a entrada, os convidados já já irão chegar. Boa sorte!
Ok, tudo certo! Faltando 15 minutos para a festa começar, fico na entrada esperando meus amigos chegarem. Esta será uma longa noite...
Capítulo 2: A Recepcionista
Já são 19 horas, 2 minutos e 13 segundos, e ninguém apareceu. Sabia que esta festa seria o maior fiasco... (Campainha toca)
— My god, o primeiro chegou!
Checo minha aparência pela última vez no reflexo de meu celular. Ok, estou linda o bastante para recebê-los. Abro a porta e preparo para cumprimentar seja quem for.
— Olá, gostaria de comprar um de nossos produtos da Avon? Todos são de ótima qualidade, e a prescendência é... — Fecho a porta, interrompendo aquela mulher.
Porque estão vendendo essas coisas a esta hora da noite? Ah, a vida só pode estar de brincadeira comigo. 19:03 e não há ninguém. Talvez eu deveria ter convidado aquela moça, ao menos não estaria sozinha. Abro a porta de novo para chamá-la para entrar. Não ficarei sozinha a noite toda desse jeito, pelo menos...
— Moça, me desculpe por...
— Não tem problema, está perdoada. — diz Marillia, que havia chegado junto com Shino.
— Ah, são vocês. Isto é para mim? Obrigada! — Tomo os presentes das mãos dos dois. — Podem entrar, a festa só está começando!
Ufa, que alívio! Os dois entram, enquanto eu continuo à porta esperando os outros. A campainha toca, dessa vez são Rafael, Danilo e Rodrigo.
— Parabéns Ju! Tome isto aqui. — Rafael me entrega um presente em uma caixinha.
— Muito obrigada Rafa, não precisava!
— Ah, então me dê de volta, eu posso dar para...
— É modo de falar, idiota.
— Erm. — Danilo nos interrompe. — Então Ju, eu consegui todas as edições especiais daquele mangá que estávamos falando.
— MENTIRA! VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO?
— Claro que não né, rsrsrs. — Ele ri da minha cara. — Comprei um mimo qualquer, tome.
— Ugh, por que eu convidei vocês mesmo... — Viro para Rodrigo. — E então, o que tem para mim?
— Interesseira... Sou péssimo com presentes, mas espero que goste. — Me entrega algum tipo de tecido embrulhado. Espero que ele saiba o meu tamanho...
—Obrigada, obrigada! Agora entrem.
Os três também entram. Eu ia fechando a porta, só que alguém empurra-a com força. Era o Gabriel...
— ONDE ESTÃO OS DOCINHOS???
Ele nem me espera responder, e já vai correndo em direção ao salão. Na real, nem estou surpreendida... Bem, espero que o Vitor detenha-o.
— Esse Gabriel nem me espera... — Acabo me assustando com a voz que surge atrás de mim.
— Caralho Henrique, não me assuste assim.
— Ah, foi mal Ju. E feliz aniversário! Espero que viva muito ainda! Aqui, pra você.
— Obrigada, você é um fofo mesmo. Pode entrar!
Me despeço dele e volto-me para a porta de novo, até me deparar com Venny e Darkan.
— Boa noite!
— Hm, bom trabalho na parte da decoração. — diz Venny. — Só acho que cairia melhor um tom...
— Venny, sem isso agora. — Darkan interrompe-o. — Muito bem, Juliana. Ah, antes que me esqueça, seu presente chegará amanhã para você.
— O que é? Estou curiosa!!
— Pois continue curiosa.
— Aff.
— Bem — Venny é quem nos interrompe desta vez. — Eu fiz o seu mapa astral completo, de acordo com os todos os seus ascendentes e o alinhamento da Terra com Vênus deste mês. Aqui está.
— Ah... — Ele me entrega uma cartolina gigante, amarrada com um lacinho. — Obrigada, eu acho...
— Podemos entrar? — diz Darkan.
— Claro!
Eles entram e eu continuo na porta. Desta vez quem chegam são Sillas, Leonardo e Matheus.
— Nossa, esta festa está linda! — diz Matheus.
— Não tanto quanto você, lindo. — Leonardo responde.
— Se controla, Léo. — Agora é Sillas quem intromete-se...
— Desculpa, você está lindo também *:3*
— Aw, obrigado *><*
Talvez eu deva me intrometer agora, ou eles irão ficar assim pela eternidade...
— Uh — Viram-se para mim. — Obrigada por virem, pode deixar os presentes ali, junto com os outros. E divirtam-se!
Depois de um pequeno esforço eles entram, finalmente... Volto ao meu posto, e desta vez atendo Maria e Luan.
— Hm, o posicionamento dos vasos me remete muito à arte no Antigo Egito, além de fazer um paralelo à atual situação de Israel. Essa cortina também relembra um pouco...— Maria entrou e começou a olhar por toda a casa, analisando detalhe por detalhe.
— Erm...
— Essa Maria não tem jeito... — Luan começou a falar. — Ju, tome, isto é para você.
— Obrigada! O que é isto, um livro? Luan, você sabe que eu não gosto de ler...
— Calma nervosinha, abra depois e irá descobrir. Agora vou ali com o Rafael, até.
— Ok.
Ele vai até a mesa do outro. Nossa, atender tantas pessoas assim está me deixando cansada, devia ter contratado a Rebeca para esse serviço... Bem, não posso reclamar logo agora, ainda mais porque a campainha toca de novo. Abro a porta. Uma figura nada familiar está à minha frente.
— Pois não, quem é você?
— My god, o primeiro chegou!
Checo minha aparência pela última vez no reflexo de meu celular. Ok, estou linda o bastante para recebê-los. Abro a porta e preparo para cumprimentar seja quem for.
— Olá, gostaria de comprar um de nossos produtos da Avon? Todos são de ótima qualidade, e a prescendência é... — Fecho a porta, interrompendo aquela mulher.
Porque estão vendendo essas coisas a esta hora da noite? Ah, a vida só pode estar de brincadeira comigo. 19:03 e não há ninguém. Talvez eu deveria ter convidado aquela moça, ao menos não estaria sozinha. Abro a porta de novo para chamá-la para entrar. Não ficarei sozinha a noite toda desse jeito, pelo menos...
— Moça, me desculpe por...
— Não tem problema, está perdoada. — diz Marillia, que havia chegado junto com Shino.
— Ah, são vocês. Isto é para mim? Obrigada! — Tomo os presentes das mãos dos dois. — Podem entrar, a festa só está começando!
Ufa, que alívio! Os dois entram, enquanto eu continuo à porta esperando os outros. A campainha toca, dessa vez são Rafael, Danilo e Rodrigo.
— Parabéns Ju! Tome isto aqui. — Rafael me entrega um presente em uma caixinha.
— Muito obrigada Rafa, não precisava!
— Ah, então me dê de volta, eu posso dar para...
— É modo de falar, idiota.
— Erm. — Danilo nos interrompe. — Então Ju, eu consegui todas as edições especiais daquele mangá que estávamos falando.
— MENTIRA! VOCÊ ESTÁ FALANDO SÉRIO?
— Claro que não né, rsrsrs. — Ele ri da minha cara. — Comprei um mimo qualquer, tome.
— Ugh, por que eu convidei vocês mesmo... — Viro para Rodrigo. — E então, o que tem para mim?
— Interesseira... Sou péssimo com presentes, mas espero que goste. — Me entrega algum tipo de tecido embrulhado. Espero que ele saiba o meu tamanho...
—Obrigada, obrigada! Agora entrem.
Os três também entram. Eu ia fechando a porta, só que alguém empurra-a com força. Era o Gabriel...
— ONDE ESTÃO OS DOCINHOS???
Ele nem me espera responder, e já vai correndo em direção ao salão. Na real, nem estou surpreendida... Bem, espero que o Vitor detenha-o.
— Esse Gabriel nem me espera... — Acabo me assustando com a voz que surge atrás de mim.
— Caralho Henrique, não me assuste assim.
— Ah, foi mal Ju. E feliz aniversário! Espero que viva muito ainda! Aqui, pra você.
— Obrigada, você é um fofo mesmo. Pode entrar!
Me despeço dele e volto-me para a porta de novo, até me deparar com Venny e Darkan.
— Boa noite!
— Hm, bom trabalho na parte da decoração. — diz Venny. — Só acho que cairia melhor um tom...
— Venny, sem isso agora. — Darkan interrompe-o. — Muito bem, Juliana. Ah, antes que me esqueça, seu presente chegará amanhã para você.
— O que é? Estou curiosa!!
— Pois continue curiosa.
— Aff.
— Bem — Venny é quem nos interrompe desta vez. — Eu fiz o seu mapa astral completo, de acordo com os todos os seus ascendentes e o alinhamento da Terra com Vênus deste mês. Aqui está.
— Ah... — Ele me entrega uma cartolina gigante, amarrada com um lacinho. — Obrigada, eu acho...
— Podemos entrar? — diz Darkan.
— Claro!
Eles entram e eu continuo na porta. Desta vez quem chegam são Sillas, Leonardo e Matheus.
— Nossa, esta festa está linda! — diz Matheus.
— Não tanto quanto você, lindo. — Leonardo responde.
— Se controla, Léo. — Agora é Sillas quem intromete-se...
— Desculpa, você está lindo também *:3*
— Aw, obrigado *><*
Talvez eu deva me intrometer agora, ou eles irão ficar assim pela eternidade...
— Uh — Viram-se para mim. — Obrigada por virem, pode deixar os presentes ali, junto com os outros. E divirtam-se!
Depois de um pequeno esforço eles entram, finalmente... Volto ao meu posto, e desta vez atendo Maria e Luan.
— Hm, o posicionamento dos vasos me remete muito à arte no Antigo Egito, além de fazer um paralelo à atual situação de Israel. Essa cortina também relembra um pouco...— Maria entrou e começou a olhar por toda a casa, analisando detalhe por detalhe.
— Erm...
— Essa Maria não tem jeito... — Luan começou a falar. — Ju, tome, isto é para você.
— Obrigada! O que é isto, um livro? Luan, você sabe que eu não gosto de ler...
— Calma nervosinha, abra depois e irá descobrir. Agora vou ali com o Rafael, até.
— Ok.
Ele vai até a mesa do outro. Nossa, atender tantas pessoas assim está me deixando cansada, devia ter contratado a Rebeca para esse serviço... Bem, não posso reclamar logo agora, ainda mais porque a campainha toca de novo. Abro a porta. Uma figura nada familiar está à minha frente.
— Pois não, quem é você?
Capítulo 3: Ajuda Bem-vinda
Alguém que eu nunca sequer havia visto estava parada à minha porta, enquanto desenrolava-se o meu aniversário O que está acontecendo? Se for mais uma dessas vendedoras, eu não vou me segurar...
— Pois não, posso lhe ajudar? — Decidi já me antecipar. — Olha moça, se estiver vendendo algum produto, eu recentemente estou passando por uma grave crise econômica em meu lar. Sabe quando a crise do governo começa a nos afetar, não é? Essa é a minha situação.
— Dá pra ver que está passando por necessidades com essa grande festa que está dando.
Eu sou uma péssima mentirosa, puta que pariu. Fico sem saber onde enfiar a cara, ela percebe o meu estado e começa a rir.
— Não se preocupe, pois não estou aqui para vender nada. — AMÉM.
— Ah, okay. Então... você é?
— Onde estão meus modos, me perdoe! Sou a terceira filha da dona Quelma, e irmã daqueles que supostamente seriam os seus garçons, e você até os amaldiçoou. — Pronto, a velha mandou a outra filha para dar na minha cara, agora tudo vai dar errado...
— Sobre isso, a sua mãe entendeu tudo errado, o que eu falei de verdade foi que...
— Não tem problema, cirjflskc — Ela começa a rir de novo, baita risada estranha que ela tem... — Eu vim aqui para lhe ajudar com a festa, até porque nos comprometemos à isso, não é?
— Sério? Ahhh que bom, estava pensando em chamar a Laura para me ajudar, mas ela iria ficar puta da vida em ter que servir os convidados.
— Laura?
— Uma pessoa aí, esquece. Então, irá me ajudar mesmo?
— Claro!
— Ótimo! Faça o favor de me seguir.
Levo ela pela casa até a porta da cozinha, e começo a explicar tudo que ela teria de fazer. Ela ouve atentamente, e faz até algumas sugestões sobre o que poderíamos fazer.
— Entendi tudo, melhor eu começar logo para não atrasarmos a festa! — diz ela.
— Muito obrigada mesmo, você me salvou hoje! Ah, acho que nem nos apresentamos formalmente. Eu sou a Juliana, muito prazer
— E eu sou a Miranda Lotto, mas pode me chamar só de Lotto. O prazer é todo meu!
— De novo, obrigada por vir. O Vitor deve estar aí dentro, ele derá outras orientações para você. Boa sorte em seu serviço!
Ela me parece alguém bastante simpática e confiável, acho que irá lidar bem com a situação, apesar de ser algo de última hora. Tudo está certo, que maravilha! Antes de voltar para a entrada, decidir dar uma olhada pelo salão.
— Ei Ju, chega aqui.
Danilo estava junto ao Rodrigo e ao Victor. Espera, quando foi que o Victor entrou mesmo???
— O que desejam, caros convidados!? — Rodrigo começa a rir sem sentido nenhum.
— Desculpe, é que eu não me aguentei. — Fala ele.
— *cough* — Danilo começa a falar. — Então, cara anfitriã, por que não coloca uma música para animar este ambiente?
— Ahh, eu esqueci, mil perdões.
— Pois é. — Rodrigo complementa. — Se eu fosse você me apressaria, porque eu vi o Luan indo em direção à sala principal. Talvez ele tenha tido a mesma ideia que a gente, e você sabe o que acontece depois — Puta que pariu, ele vai querer por essas músicas coreanas dele...
— Ei — Victor, que estava sendo ignorado entra na conversa. — Qualquer coisa, eu tenho uma playlist inteira de MC Kevinho no meu celular. Só preciso de um conector e...
— Você — Aponto para ele, interrompendo-o. — Fique longe da caixa de som. Eu vou ir lá colocar a música, e depois vou voltar para a entrada. Até.
Saio de lá e me dirijo para a sala principal. Estava quase vazia, com exceção de que o Luan estava lá. Eu sabia...
— Ah, Ju. — Ele nota a minha presença. — Eu só estava...
— Você, sai daqui.
— Mas não é o que está pensa-
— Sai. daqui.
— Aff
Ele sai bufando e vai de volta para o salão. Bem, o que posso colocar? Decido dar uma pegada eletrônica logo no início da festa.
🎵
I know you'll get stronger
When you get older, oh
Just don't shrug your shoulders
When you get older, oh
Things aren't easy
So just believe me now
If you don't keep it cool now
You'll never make a sound
All the lights will guide the way
If you get to hear me now
All the fears will fade away
If you get to hear me now
🎵
O clima realmente melhorou lá dentro! Minha vontade é de ficar aqui pra sempre aproveitando a música. Dou uma olhada para ver quem não havia cumprimentado (porque né, nessa brincadeira fiquei uns 17 minutos sem recepcionar ninguém). Encontrei Jonathan, Luiz, George e Dean juntos.
— Olá, obrigado por terem vindo, espero que aproveitem a festa.
— Obrigado, a festa está bem divertida por sinal. — disse Luiz.
— Ela estava falando comigo, seu lixo ambulante. — Jonathan começou a discutir com ele, tipo, do nada.
— Jonathan, não começa a tumultuar a festa, pelo amor de Deus. — Fala George, numa tentativa falha de acalmar os nervos dos outros 2.
— Cala a boca George, eu só quero ver a treta. — Dean interrompe-o.
Os 2 continuam trocando farpas, como "comedor de queijo inútil" e "paranaense fudido". Não estou com nenhuma paciência para ficar ouvindo essa conversa de novo, então saio dali. Me dirigindo para a entrada, acabo me deparando com Lucas. Ele parecia um pouco apreensivo, estranho.
— O-olá Ju. E-eu queria f-falar com você.
— Calma cristão, respira e fala.
— Só p-precisava te dar os p-parabéns e d-dizer q-que...
Nossa conversa é interrompida pelo som de toque do meu celular. Dou uma olhada na tela e vejo que é o Mário me telefonando.
— Um momentinho, Lucas.
— Ah, okay.
Atendo o celular.
— Oi Mário! Então, tudo certo!?
— Bem... temos um problema
Capítulo 4: Problemas
[Rafael]
Enquanto os outros estavam a conversar sobre coisas aleatórias, passei a refletir um pouco. A festa estava muito boa, não me levem a mal. Só que, sei lá, parecia não estar completa. E não era nem pela música ou pelos aperitivos (que por sinal, estavam maravilhosos). Na verdade, nem eu mesmo sei o que faltava. Às vezes o meu cérebro buga internamente. Bem, não só às vezes, mas vocês entenderam...
— Ei Rafa, pensando na morte da bezerra? — Marillia veio puxar assunto, provavelmente percebeu que eu estava entediado.
— Quase que isso...
— Não quer me contar?
— Sei lá, nem eu sei no que estou pensando.
— Mas tu é complicado cara...
— Ei, não me julgue, eu bati a cabeça quando criança.
— Se tivesse feito um transplante de coração, teria deixado menos sequelas do que bater a cabeça.
Ela deixa escapar leves risos. Solto apenas um "grr", e aviso que ia pegar mais alguns salgadinhos. Afinal, comida é o melhor estimulante que há.
Andava distraído em meus pensamentos. Talvez tudo isso seja apenas coisa da minha mente. Ou não... Bem, não faço a mínima ideia. Estava tão perdido que, de repente, apenas senti meu corpo se chocando com outro. Ecoa o som de nós dois caindo ao chão.
— Ai meu Deus, me perdoe, eu sou uma desastrada mesmo, você está bem? — Uma moça que nunca havia visto antes, estava estendendo a mão para me ajudar a levantar.
— Sim sim, estou bem, não se preocupe. — Paro para observar ao nosso redor. — Nossa, todos esses salgadinhos caíram por minha causa, me perdoe.
— Não não, tudo bem, eu mesma tratarei de limpar tudo senhor.
— Senhor nada, você deve ter a mesma idade que eu.
— Verdade. — Ela sorri levemente. — Como devo chamá-lo então? Você, tu...
— Que tal Rafael? É assim como sou conhecido nacionalmente.
— Prazer senh- erm digo, Rafael. Eu sou a Lotto.
— O prazer é todo meu.
Estendo a mão para cumprimentá-la, e ela retribui. Olhamos para o chão novamente e começamos a rir.
— Então, Lotto, não quer uma ajudinha aqui?
— Cairia bem uma mãozinha, então não vou recusar.
Começo a limpar o chão junto com Lotto, enquanto ficamos conversando sobre assuntos diversos.
[Juliana]
— COMO ASSIM SEU CARRO PAROU?
— Eu estava andando com ele normalmente, até que do nada ele parou. Até abri o capô para averiguar, e tinha muita fumaça saindo de lá. Sorte que não foi bem no meio da estrada...
— Porra... — Já estava ficando apreensiva, não só pelo bolo, mas por ele também. — E agora, o que você vai fazer?
— Não se preocupe, eu já chamei um amigo meu que trabalha como mecânico. Ele mora aqui pelas redondezas, então não deve demorar. Mas assim, não sei quanto tempo vai custar para o conserto do carro...
Provavelmente ele iria demorar um tempinho. E agora? Pensa Juliana, pensa...
— JÁ SEI!
— Quê??
— O Gustavo ainda não chegou, provavelmente está esperando a Laura se aprontar. Eu posso pedir para ele ir buscar você e o bolo antes de vir para cá.
— É uma boa, só que eu ainda estou de carro...
— Você não disse que ele é o seu amigo? Pode pedir para ele deixar o seu carro na casa dele, e amanhã você vai buscar.
— Ahhh... Bem, ainda irei pensar sobre isso. Mas pode ligar para o Gustavo sim. Irei desligar porque os créditos da Vivo estão acabando. Até...
—Okay, até.
Desligo o telefone.
— Então Ju, e-eu estava falando q-que
— Preciso de mais um momentinho Lucas, vou fazer outra ligação, ok?!
— Ah, tudo bem...
Disco para Gustavo, e ele atende.
— Ei Gustavo, você e a Laura já estão à caminho?
— Então... ainda estou esperando aqui de fora da casa dela sabe. Vocês mulheres se atrasam demais, e por nada...
— Vocês homens que são porcos e acham que um banho de 5 minutos resolve tudo. Mas deixa pra lá. Pode me fazer um favor?
— Diga, hoje estou fazendo cosplay de bom samaritano mesmo...
— Engraçadinho... bem, o Mário foi buscar o bolo da festa, só que o carro dele parou. Ele já chamou um mecânico que é amigo dele e talz, depois ele te explica melhor. A questão é: pode ir até lá buscá-lo? É porque esse conserto pode demorar mais que o previsto...
— Tudo bem, onde é que ele está?
— Ele mencionou está na Avenida dos Mascacos, se não me engano. Vou pedir para ele te passar tudo certinho por mensagem.
— Okay então. Assim que a Cinderela aqui se aprontar, iremos até lá.
— Muito obrigada mesmo, viu! Tchau.
— Não tem de quê.
Novamente desligo a ligação. Decido também mandar uma mensagem para Laura, senão essa daí nunca fica pronta.
se apronta logo, piranha
Pronto! Acho que tudo está bem de novo.
— Ah Lucas, já terminei tudo o que tinha que fazer. Você queria falar que...?
— Então Ju, eu esperei muito tempo para te contar isso. Eu.. e-eu...
— JU, FINALMENTE TE ACHEI. — Sillas se meteu entre a gente, que susto esse panaca me deu...
— Caralho, grita assim na tua casa filho.
— Desculpa, mas é uma urgência, preciso levar você até o salão.
— O que foi agora? Droga... — Me viro para Lucas. — Erm, acho que não é uma boa hora para conversamos agora, depois me conta tudo o que está tentando dizer, ok?!
— Tudo bem então...
— Até, Lucas.
Saio de lá guiada pelo Sillas. Por favor, já chega de problemas por hoje...
[Laura]
— PRONTO Gustavo, não precisa ficar buzinando. Que saco, eu tenho muito para me cuidar, sabe? — Gustavo ficou buzinando demais nesses últimos segundos, quase me deixou louca.
— Os planos mudaram, Laurinha. Põe o cinto, e eu vou te explicando durante o trajeto.
Ele me contou o problema ocorrido com o carro do Mário. Nossa, que azar, justo hoje no aniversário da Ju. Mas acho que tudo vai ficar bem. Pego meu celular para checar algumas coisas e passar o tempo. Tinha uma mensagem dela. Não creio que ela se atreveu a me chamar de piranha...
já estamos indo buscar o Mário
e me respeita, vaca
Gustavo olhou a mensagem que mandei para ela e começou a rir. Começamos a conversar sobre animes e outros assuntos randômicos. Íamos num percurso lento, já que o trânsito não ajudava muito. Quando olho para o lado, vejo três carros policiais, em alta velocidade, ultrapassando-nos e correndo pela estrada.
— Ué, você viu isso Gustavo?
— O quê?
— Esses carros da polícia passando muito rápido do nosso lado.
— Ah sim, eu vi. O que será que deve ter acontecido?
— Não faço a mínima ideia, mas com certeza vai estar nos jornais de amanhã.
Continuamos nosso trajeto, mas não paro de pensar naquilo. Estranho...
Capítulo 5: O Garçom do Acaso
[Vitor]
— Boa sorte! — Ju sai da cozinha e fecha a porta.
Pff. Não acredito que fui rebaixado a um mero funcionário deste lugar. Alguém do mesmo porte social que eu merecia no mínimo a posição de co-anfitrião. EU é quem deveria estar ao lado de Juliana organizando toda esta festa. Penso em sair de lá, mas relembro suas doces palavras me explicando o procedimento que está ao meu cargo. Acho melhor começá-lo logo.
— O que eu não faço por você, Juliana...
Segundo ela, tudo que eu tinha que fazer era deixar todos os pratos dispostos para então ir entregando aos convidados. Meu Deus, quanto trabalho...
— Só de pensar em fazer algo já sinto uma enorme preguiça, ugh.
Preciso de um tempo para preparar-me mentalmente. Os convidados só vão chegar depois de qualquer jeito, acho que não tem nenhum problema. Aproveito para checar as mensagens num grupo de whatsapp. O Victor e o Sillas estão tretando de novo e nem me chamam...
Sillas: Para as falcianes eu sei que nao só a jenia da matemática mas eu sei que a minha vida não é da sua conta e não ti dou umas tapas na sua cara porque não so asogueira para amasiar carne de vaca.# falcianes
Victor: Olha garoto n te conhesso e n quero conhesse eu sou feminista i essa foto de chuveiro ai e meio que assedio vc ta no banheiro entao e melhor para cm essa brincadeira vc pd sofre graves consequensia
Eu: n vo responder vcs pq eu n so pescador para lidar cm piranhas
De repente, ouço alguém batendo na porta. Droga, acho que perdi tempo demais no celular. Ponho o avental e começo rapidamente a separar alguns pratos, só para mostrar que fiz algo.
*knock knock*
— Tem alguém aí?
Uma voz que não era da Ju (e nem de ninguém que eu conheça) começou a me chamar. Ufa, que alívio. Vou até a porta e a abro. Era realmente uma moça que eu não conhecia.
— Boa noite, aqui nesta casa está a acontecer a festa da senhorita Juliana! Estás perdida, moça?
— É que eu vim ajudá-la aqui no serviço.
— Ahhhh ótimo, a cozinha é toda sua.
— Bem... Na verdade ela pediu para eu lhe ajudar.
— Pff — Achei que tinha me livrado, mas fazer o quê...
Oriento-a sobre tudo o que Ju havia me passado. Ela parecia ser bem simpática. Quem sabe ela faria todo o trabalho por mim!
— Então é isso, você já pode ir continuando o que eu comecei a fazer.
— Erm — Ela olha para os pratos e volta a me encarar. — Você por acaso fez tudo na pressa achando que era a Dona Juliana batendo na porta?
WTF. Como ela conseguiu perceber isso? Talvez ela estivesse me olhando pela brecha da porta anteriormente. Mas espera, essa porta não tem brecha...
— Ehh, claro que não senhorita. Eu acho que acabei me embolando um pouco mesmo.
— Claro, rs. Então vamos nós dois organizar os pratos agora mesmo. — Ela fez questão de enfatizar o "nós dois".
— Claro, claro...
Nenhum dos meus planos de livrar-me do serviço está funcionando... Bem, vou tentar realmente fazer algo desta vez. Decido até colocar uma música para me concentrar melhor.
🎵
We're no strangers to love
You know the rules and so do I
A full commitments what I'm thinking of
You wouldn't get this from any other guy
I just wanna tell you how I'm feeling
Gotta make you understand
🎵
— Vitor, acho que você já pode ir servindo os clientes.
— Porque você não faz isso??
— Às vezes eu sou desastrada e deixo qualquer coisa cair, é melhor você fazer isso.
— Mas eu não quero.
— Vamos na sorte, então?
— Jokenpo? Tô dentro.
Começamos a jogar um melhor de 3 em Jokenpo. Já que ela provavelmente começaria com pedra, decido ir de papel. A tesoura dela me vence.
— Ok.
Eu ir de pedra agora iria ser muito óbvio, e ela me venceria com papel. Então vou de tesoura. A pedra dela tira minhas expectativas.
— Ok...
Vou de tesoura de novo. Ela mais uma vez me derruba com sua pedra. Percebo, no entanto, que ela observou os movimentos da minha mão antes mesmo de minha jogada. Será que é algum tipo de reflexo?
— O que você fez?? Não é possível alguém ser tão sortudo assim...
— Vamos dizer que eu tenho uma boa percepção, rs. Agora você tem de ir servir os convidados, campeão.
Ódio. Minha sorte hoje está mais sumida que ex-BBB na mídia. Me dirijo até o salão para começar isto logo. Sirvo logo a primeira mesa que vejo.
— Ué, por que você está de garçom Vitor? — Jonathan me pergunta.
— Porque eu sou um ótimo parceiro da Juliana e fui nomeado pela mesma para atuar neste trabalhoso serviço.
— Tá, mas você? — Renan retruca.
— Não me leve a mal, mas apenas pessoas de confiança como eu poderiam exercer este cargo, segundo a própria Juliana. Agora tenho que atender outras mesas. Tenham uma boa festa! — Abro um sorriso falso.
Vou até a outra mesa.
— Uau Vitor, esse avental caiu bem em você! — diz Léo.
— Uma mão cairia bem na sua cara também, mas eu sou de Deus. E oi, Matheus!
— Oie Vitor!
— Espero que consiga aproveitar a festa do lado deste aqui. — aponto para Léo. — Tenho que ir agora.
Dirigindo-me para a outra mesa, acabo me deparando com o outro Vitor.
— Ora ora, parece que encontraste o seu devido lugar, Vitor. — diz ele.
— Nem pra isso você serve né, Vitor. — Eu respondo.
— O que foi que disse?
— Que você é um traste inútil e não serve nem para me dar um suporte decente no LoL?
— Por favor né, não me culpe se você é um jogador inútil e com táticas que nunca funcionam.
— Eu, ruim?? Você que é um lixo.
— Se eu sou lixo, você é o chorume.
— Eu sou o chorume, você o pirralho sem costume.
— Eu o pirralho, você caindo de elo pra caralho.
— Eu caindo, você usando Ambipom.
[...]
— O que está acontecendo aqui? — Ju chega e nos interrompe, acho que passamos um bom tempo trocando farpas.
— Esse idiota veio tentar me diminuir, só estava devolvendo o que ele merecia. — digo.
— Eu comecei? VOCÊ que veio me xingar, eu só fiz uma brincadeira.
— Agora quer bancar a Ana Maria Braga evangélica, me poupe seu-
— Já deu. — Ju nos interrompe. — Vitor, volte para o seu lugar.
Nós dois saímos dali.
— PERA, você não Vitor, volte aqui.
Nós dois voltamos.
— Uhh.
— Uhh?
— Uhh!
Ju me puxa dali e me leva para o canto.
— Então, seja mais atencioso com todos daqui para evitar que isto ocorra de novo. — Fala ela.
— Não vai acontecer, pois eu estou me demitindo.
— Você não está não, palhaço. Eu preciso de você!
— E o que eu ganho com isso?
Ela vem até mim e toca seus lábios em meu rosto.
— Minha admiração.
Fiquei paralisado por 0.5 segundos. Ela percebe e solta um leve riso. Que droga, porque isto acontece comigo...
— Agora volte a fazer seu serviço.
Abrindo um sorriso, ela sai e me deixa sozinho ali.
— AAAAAAAA!!!!
Capítulo 6: Desconfianças
[Marillia]
— Vocês sabem o que está acontecendo na entrada do salão? — Danilo chega à nossa mesa já cheio de perguntas.
— Também não sei. — diz Shino.
— O Vitor e o outro Vitor estão a discutir, como sempre. Não souberam? — Eu respondo, desta vez.
— Ah, faz sentido.
Os dois continuaram conversando sobre algo que não conheço. Eu estava com fome demais para me enturmar. Decido então ir até a cozinha pegar alguma coisa, já que pelo jeito o garçom não saiu de lá ainda.
— Já volto.
— Vai aonde, Marillia? — Danilo pergunta.
— Para a Igreja.
Saio de lá e me dirijo para o meu destino. As pessoas passam por mim e ficam querendo me cumprimentar, ou contar algo que não me interessa em nada, tudo que quero agora é um salgadinho...
— Marillia, vem aqui. — Uma voz no meio daquele alvoroço me chama.
— Não posso, estou com lúpus, me chame depois. — Grito de volta.
Depois de finalmente escapar dali, consigo chegar até a porta da cozinha. Ia abrindo-a, mas ouço uma voz lá dentro. Ah, talvez seja aquela garota que veio ajudar aqui na festa. Ela não vai se importar de eu entrar, não é?
— Já te falei que ninguém está desconfiando de nada, seu tapado...
Wtf, com quem ela estava conversando?
— Eu estou ajudando aqui na festa, então com certeza vou ao menos cruzar com todos os convidados daqui.
Olho pela brecha da porta. Ela parecia estar ao telefone.
— Ninguém daqui me conhece, inclusive aquela pessoa. Pare de se preocupar à toa e deixe comigo.
Essa conversa está estranha até demais. Espera, será que...
— Uh, é melhor eu desligar agora...
Ela começa a vir na direção da porta. Corro imediatamente dali para não ser vista...
(No salão)
Acho que ela não me viu, ufa! Bem, isso não me deixa menos apreensiva. As palavras dela não saem da minha cabeça...
"Ninguém desconfia de nada, inclusive aquela pessoa"
O que será que ela quis dizer com isso? Esta história está muito confusa...
— Ué, não voltou com seus salgadinhos Marillia? — Shino pergunta.
— Perdi a fome...
[Juliana]
Mário, Mário... Será que você vai demorar tanto assim? Tomara que esteja tudo bem com ele. Eh, digo, ao bolo também, claro. Meu celular começa a vibrar em meu bolso. É o Gustavo quem está me ligando.
— Alô?
— Juliana? Precisamos falar com você! — Era a Laura quem estava ao telefone.
— Já buscaram o Mário? Ótimo, estamos todos esperando aqui!
— Então...
— Então...?
— O trânsito piorou numa escala de 420%. Pra você ter uma ideia, estamos a 10 minutos sem sair do lugar.
— 9 minutos e 34 segundos, para ser exato. — Ouço a voz de Gustavo ao fundo.
— Cala a boca. Então, Ju, vamos nos atrasar mais do que o esperado.
— Trânsito a esta hora da noite?
— Não me pergunte como.
— Droga... Já avisaram o Mário? Ele deve estar esperando por vocês.
— Eu tentei antes mas estava fora de área. Você pode tentar de novo? Nós já estamos quase sem crédito aqui. Crise, sabe...
— Tudo bem, mas me mantenham informada por SMS. Até.
— Até.
Telefono logo para o Mário. Ligação fora de área. Ele vive deixando esse celular desligado, que idiota. Mando uma mensagem para ele me retornar assim que puder. Resolvo ir até a cozinha para ver como estavam trabalhando. Quando ia empurrando a porta, ela se abre sozinha.
— Caralho, Jesus e Maria estão comigo, aleluia, aleluia, santo és~
— Hã? — Lotto estava na minha frente com uma cara confusa.
— AH, é você. Eu tomei um susto com a porta se abrindo sozinha, esqueça o que aconteceu aqui.
— Você já estava aqui antes?
— Não, acabei de chegar. Por quê?
— Hum, nada...
Ela parecia um pouco preocupada.
— Está tudo bem? — Pergunto.
— Sim, sim! Já que tudo já está pronto por aqui, estava pensando em ajudar o Vitor a servir. Só que não conheço ninguém aqui, além de vocês dois e o Rafael.
— Não precisa ficar nervosa, todos aqui são bem simpáticos. Bem, alguns são tóxicos às vezes, mas a gente releva.
— Tudo bem, melhor eu começar! — Ela olha em volta e depois para mim. — Este é o seu toque de celular?
— Ah, nem ouvi. Com licença.
Era o Mário. Ainda bem.
— Jesus, Mário, não deixe esse celular desligado.
— É para preservar a bateria, já te contei..
— Enfim, o Gustavo e a Laura estão num engarrafamento agora, e vão demorar um pouco.
— A essa hora noite?
— Pois é, muito estranho mesmo. E como estão as coisas por aí?
— O meu amigo está aqui tentando encontrar o problema no meu carro.
— Ah, que bom.
— Ei Ju, desculpe por atrasar as coisas para você. Eu sou um idiota mesmo.
— Não fale isso. Eu que fui tansa e não fui buscar o bolo antes.
— Mesmo assim, hoje é o seu dia, e eu queria... — Ele fica em silêncio.
— Mário? Mário? Alô?
Ligação encerrada. O que será que aconteceu?
[Mário]
A bateria do meu celular descarrega logo quando eu falava com ela, porra.
— Wolf, pode me emprestar seu celular para eu mandar uma mensagem?
— Claro, toma aqui.
Wolf era sempre um amigo para todas as horas. Ainda bem que ele morava aqui perto, senão nunca iria sair daqui. Enfim, mando uma mensagem para Ju dizendo que está tudo bem e contando o que aconteceu com meu celular.
— Tome aqui, valeu. — Devolvo o celular para ele. — E aí, conseguiu achar o problema no carro?
— Ainda não, parece tudo normal. Que estranho.
— Isto vem acontecer logo hoje, que porra...
— Mário, por acaso é o aniversário daquela lá que você...
— Não precisa terminar a frase. E sim, é dela.
— Isso aí, é assim que se joga meu parceiro.
— Quê?
— Você sabe bem o que eu estou falando.
Eu ia falar alguma coisa, mas sou interrompido pela sirene da polícia. O carro para no encostamento, bem atrás do meu. Saem de lá dois policiais que vem em nossa direção.
— Uh, podemos ajudar vocês? — Pergunto.
— Boa noite senhor, precisamos falar com você. Podemos averiguar seu carro e documentos, por favor?
Capítulo 7: O Prateado
[Mario]
— Podemos checar seus documentos e seu carro, senhor? — O mais alto começa a me pressionar.
— Por acaso pareço suspeito ou algo do tipo? — Pergunto.
— Senhor, apenas colabore. Se não for quem estamos procurando, então tudo estará bem. — O outro argumenta.
— Ok... Wolf, pode vir aqui?
— Wolf? — O alto pergunta de novo.
— Atendo por esse nome nessas bandas, senhor policial. — Wolf sai debaixo do carro e vem até nós.
— Ora ora, se não é o antigo Wolf. Não está me reconhecendo?
— Pera... André?
— Você tem mesmo uma péssima memória, meu amigo.
Os dois trocam um aperto de mão e depois um abraço. Wolf continua com a conversa.
— Não sabia que havia sido transferido para cá.
— Não faz muito tempo, ainda estou me acostumando por essas bandas. Mas e então, como vai com as gajas?
— Ah meu companheiro, estou de encontro marcado com uma amanhã. Olha aqui a foto dela. — Ele tira o celular do bolso.
Assim, reencontros são legais e tal, mas pelo que estou vendo essa conversa não vai acabar tão cedo. É melhor eu a interromper, ou nunca saíremos daqui...
— Uh uh.
— Saúde. — O outro policial fala.
— Eu não estou doente. Assim, podemos resolver esta situação logo e então vocês voltam para a confraternização do reencontro?
— Conhece ele, Wolf? — André pergunta.
— É um amigo meu. Não se preocupem, pois ele é de confiança. Só um pouco trouxa.
— Ei!
— Bem, por que estão parados aqui no meio do nada?
— Meu carro parou do nada, e chamei o Wolf para ver se me ajudava.
— E até agora não achei nada. — Wolf complementa.
— Hmm... Pedro, venha aqui. — Ele chama o outro. — Você tinha um tio mecânico também, certo?
— Sim. Devo lembrar de alguma coisa que ele me ensinou.
— Ótimo, tente ajudá-lo, enquanto eu converso com este cidadão.
Eu tenho um nome, viu. Nós deixamos os dois sozinhos com o carro e nos afastamos para conversar. André começa.
— Então, você parece uma boa pessoa, portanto não pedirei para checar seus documentos ou vasculhar seu carro. Nem lhe darei uma multa por estar parado na frente de um hidrante.
Eu nem tinha visto aquele hidrante.
— Valeu. Mas... por que essa vistoria era necessária?
— Eu até poderia lhe falar, mas tipo, não é algo para você sair postando, sei lá, em seu Twitter.
— Mas eu só uso Tumblr.
— Ah sim, então eu posso lhe falar. Acontece que nós um criminoso de outra cidade fugiu e veio para essa região. Ninguém sabe muito bem porque ele viria para cá, até porque só fomos descobrir o seu paradeiro hoje. Pelos dados que recebi, ele ficou instalado por alguns dias em uma casa alugada. Fomos até lá, mas... ele fugiu.
— Como?
— Quando fomos invadir sua casa, já não havia mais ninguém lá, muito menos alguma pista. O dono do imóvel também não soube dizer nada sobre o ocorrido. Esse criminoso é membro de uma organização, então algum infiltrado deve tê-lo avisado. Nós conseguimos rastreá-lo até certo ponto. As últimas imagens que temos é dele vindo nesta direção em uma Hilux prateada.
— Nossa, ele tem o mesmo carro que o meu.
— Sim, por isso suspeitamos de você no princípio.
— Nossa, isto até parece história de cinema.
Wolf interrompe-nos. Desde quando ele está aqui?
— Não estava indo consertar o meu carro?
— O rapaz aqui me mostrou onde estava o problema e eu já consertei. Você tem um garoto de ouro, André.
— E eu sei bem, apesar de ser novato ele está crescendo bem profissionalmente. Muito bem, Pedro! — André dá pequenos tapas no ombro de Pedro, que fica totalmente vermelho.
— O-obrigado.
— Então eu já posso ir? — Pergunto.
— Tudo indica que sim, a menos que o meu amigo tenha mais questionamentos. — diz Wolf.
— Estás liberado, cidadão. Lembre de não criar um alvoroço por conta disso. Se você por acaso encontrar um suspeito, por favor contate-nos imediatamente. — André me avisa antes de eu ir.
— Certo, estou indo então.
— Mande lembranças minhas para Juliana. — fala Wolf.
— Irei até.
Despeço-me de todos eles e me dirijo para meu carro. Pego as chaves e a tensão aumenta.
— Por favor funcione carro, nunca te pedi nada.
Primeira tentativa... funcionou! Agora estou de volta às estradas. Sintonizo na rádio, que está tocando uma música qualquer.
🎵
Baby, this is what you came for
Lightning strikes every time she moves
And everybody's watching her
But she's looking at you, oh, oh
🎵
Ju... já já eu estou chegando.
[?]
— Estão prontos? — pergunto.
— Estou nervoso, podemos esperar mais alguns minutos?
— Deixe de ser frouxa, idiota.
— Você é mesmo tão medroso quanto o Luan perto de uma barata.
— Até porque vocês dois são bem corajosos né, vou ter que lembrá-los quando..
— CALEM A BOCA.
Falo já irritado, os três chegam a tremer. Olho em direção a casa de Juliana.
— Vamos, não podemos perder tempo.
Capítulo 8: Invasão?
[Fábio]
— Vamos, não podemos perder tempo.
— Como vamos chegar lá, Fábio? — um dos idiotas pergunta.
— O que eu falei sobre mencionar nomes? Estamos em uma invasão super-secreta.
— Mas é que seu nome já apareceu na aba de narradores.
— Ah, verdade. Então dane-se. Douglas, conte para o Felipe qual é o plano.
— Erm... então né, o plano era para... nós íamos...
— Você é um incompetente mesmo. Vitor?
— Nem me pergunte, ninguém nem sabe qual Vitor eu sou.
...
— Caralho, vocês conseguem ser mais inúteis que anúncio de 99 POP no youtube.
— O que é isso? — Felipe pergunta.
— Não importa. O plano é o seguinte: Vamos subir o muro usando uma escada, entrar pela porta dos fundos da casa e ir até o salão. Depois, é só começar a interagir com os outros, e mesmo que a Juliana perceba a nossa presença, ela não irá poder nos expulsar, afinal seria um péssimo constragimento para a anfitriã da festa. Perfeito, não é?
— Tem muitas chances de dar errado, você sabe né? — diz Felipe.
— Vocês querem comida grátis ou não?
Os três se entreolham e concordam com o plano. Vitor questiona, no entanto, de onde iríamos tirar uma escada para pular o muro. Aponto para trás deles, onde estava lá uma enconstada em uma cereijeira. Os três começam a questionar como aquela escada foi parar ali.
— Sem ela lá a história não se desenrolaria, seus patetas.
— Ah tá. — dizem, quase em coro.
Os três carregam a escada até o muro, deixando-a encostada nele.
— Quem vai subir primeiro? — Douglas pergunta.
Começa então uma discussão para ver quem ia primeiro. Eles usavam argumentos como “Eu tenho mais inscritos no youtube” ou “Eu fui banido da PT mais vezes”. Enquanto os idiotas ficavam nisso, subi a escada e fiquei em pé no topo do muro de braços cruzados, esperando que eles notassem a minha presença.
— Ei, estávamos decidindo quem ia subir primeiro! — esbraveja Felipe.
— Não tenho tempo para suas idiotices. Vocês são tão tansos que nem perceberam enquanto eu subia as escadas.
— Mas é porque sua presença é facilmente ignorada, Fábio. — diz Douglas, fazendo os outros rirem.
Reviro os olhos e mando que subam logo. Pulamos para dentro da residência e nos dirigimos para os fundos da casa. Os três iam conversando atrás.
— A festa ainda não começou? Que silêncio.
— A casa é grande, então o som fica abafado, tolinho.
— Mas eu acho que....
— Shh... — falo pra eles.
— Sheeran. — Vitor fala.
— Cala a boca, acho que tem alguém aí.
Ouvimos um barulho das folhas se mexendo. Droga, se formos pegos estamos perdidos. Horas de plano jogadas por rio abaixo. Ou mar, água, sei lá...
— É só um ratinho, olha lá. — diz Douglas, apontando para o chão.
— QUÊ?! ONDE?!
Involuntariamente, acabo correndo para os braços de Felipe. Quando me dou por conta, estou no seu colo, e os três estão me olhando com uma cara estranha. Logo me recomponho.
— Erm erm... Vamos continuar.
Entramos em uma portinha nos fundos da casa. Adentramos o que parecia ser a cozinha da casa. A decoração era bem antiga e tudo parecia mofado.
— Caralho, não sabia que a Juliana era tão porca assim.
— Erm.. gente...
— Agora não Douglas, temos que achar o salão.
— Mas é que acho que cometemos um erro.
— Muitas pessoas cometem erros, olhe para o Trump nos Estados Unidos, o Temer no Brasil, a Ana Maria Braga substituindo a TV Globinho. — diz Vitor.
— Mas não é a Fa-
— GENTE. — Douglas diz. — É que... o número da casa da Juliana é 91, mas... acho que eu trouxe a gente na casa de número 97.
— CARALHO, VOCÊ É UM COMPLETO IDIOTA. COMO FOI PERCEBER ISSO SÓ AGORA? — Falo já irritado com toda essa situação.
— Eu dei uma olhada de novo no endereço e.... Desculpa, eu nunca fui bom em álgebra mesmo...
Meu sangue subiu nesse momento. Juro que não me responsabilizaria judicialmente por nenhuma morte cometida. Eu o enterraria no próprio quintal de sua casa, então considerariam isso como suicídio. Antes que eu pudesse lhe dar um soco, a porta atrás de nós se abre. Uma pequena velhinha, com seu casaco rosa e seus óculos de grau, com um guarda-chuva na mão, estava espantada olhando para nós.
— LADRÕES!! ASSASSINOS!! ESTUPRADORES!! BOLSOMINIONS!!
— Senhora, não é o que parece, entenda que...
Falo e tento me aproximar dela, mas a “indefesa” senhora acerta seu guarda-chuva em minhas partes íntimas. Caio no chão e fico agonizando lá. Ela parte pra cima dos outros, acertando na cara, no estômago e lugares em que não é apropriado mencionar-se.
— CORRE!
Pego um molho de chaves que estava na bancada e aponto para a porta. Saímos de lá com a mesma rapidez que uma garotinha em busca de uma barbie no mercado. Corremos atrás de qualquer saída antes que aquela mulher enfie o guarda-chuva em um lugar não-tão agradável assim. Depois de segundos que se estenderam como uma perseguição de Outlast, achamos o portão da entrada.
— SAIAM DA FRENTE! Não quero ter que lidar com aquela vovó de novo.
Procuro a chave certa para abrir o portão. De repente, um som parecido com um rugido de leão ecoa.
— Desculpa, é que essa corrida toda me deixou com fome. — fala Douglas.
Continuo procurando a chave certa até que esse som vem de novo.
— Caralho Douglas, segura esse estômago.
— Mas dessa vez não fui eu.
— Imagina, foi o meu que...
E de novo. E evolui para latidos. Quando olhamos para trás, vemos um belo pitbull nos encarando com um olhar nada amigável, mostrando os dentes e rosnando em nossa direção, até que ele dá o primeiro pulo.
— Fodeu...
PS: Capítulos novos quando o autor não estiver ocupado/ouvindo músicas melancólicas.
PS²: Se eu abandonar isto de novo, podem aplicar hidrogel em mim.
PS³: Se flopar, essa história nunca existiu.